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Nosso corpo é um reflexo físico das escolhas que fazemos ao longo da vida. É a expressão física de milhares de mensagens que chegam ao cérebro e saem dele. Um elemento-chave desse mecanismo é a consciência. E, ao transformá-la, nossos comportamentos arraigados e autodestrutivos podem ser vigiados e modificados. Entre eles, os distúrbios alimentares.

A relação com a comida representa a maneira de lidar com emoções negativas – ansiedade, solidão, estresse, medo, autocrítica. O ato de comer envolve a imagem que temos de nós mesmos, os nossos hábitos, condicionamento e memória. Comer anestesia os sentimentos dolorosos. Portanto, a nossa mente é a chave para o tratamento da alimentação desordenada. Quando ela está em equilíbrio, ela encontra resposta mais amáveis e positivas. O corpo diminui a ansiedade e, logo, os distúrbios na alimentação (ou outros transtornos).
 
E como encontrar esse equilíbrio? Por meio da auto-observação.
E do autocuidado.
 
Primeiramente, vamos falar então sobre a auto-observação. Na maioria das vezes, a compulsão alimentar está relacionada às nossas necessidades não-atendidas ou não-satisfeitas. Então, se nos nutrirmos com outros tipos de satisfação, a comida não será mais um problema. E aqui não estamos falando de alimentos que preenchem o estômago. Estamos falando de ingredientes que nutrem o coração – alegria, compaixão e amor.
 
Já sabemos que um corpo físico saudável envolve muita coisa (exercícios, alimentação, sono etc). Mas o combustível principal para que todo esse sistema funcione é a conexão. A conexão com você. Com suas emoções. Com suas aspirações mais profundas. Com seus desejos. Com suas necessidades. É importante se conectar com você mesmo e se perguntar – o que eu vim fazer no mundo? O que o meu coração deseja receber do mundo? Se o mundo pudesse atender meus desejos mais profundos, o que eu gostaria de receber? Carinho. Cuidado. Recursos materiais. Atenção. Propicie, em você, um ambiente para essa oportunidade de se conectar. Pausar. Verificar. Avaliar. A lista pode ser grande, não tem problema. Mas é importante identificar esses desejos.
 
Parte desse processo é saber reconhecer aspectos como carência, rejeição, frustração, dor. A negação e a resistência às emoções desagradáveis são maneiras de não ter consciência e se desconectar. Quando não há consciência, não há presença e conexão com você mesmo. E, nesse cenário, desconectado de você, ausente, você se abandona – não há autocuidado, outro item fundamental no tratamento de distúrbios alimentares.
Não podemos reprimir sentimentos reais. Em vez de rejeitar a mensagem, camuflar ou de nos forçar a ter um pensamento positivo superficial, podemos interferir em nome da reconexão e do equilíbrio. E aqui selecionamos algumas práticas de autocuidado para te ajudar. Vamos lá.
 
– Seja gentil consigo mesmo – quando desenvolvemos o hábito da bondade interior, o sofrimento se converte em uma oportunidade para experimentar amor e ternura com nós mesmos.
 
– Exercite a paciência quando tiver recaídas; evite o autojulgamento em torno das escolhas alimentares. Perdoe-se por seus deslizes. “Não somos máquinas com um botão automático “reduzir a ingestão de calorias”. Se você é compassivo consigo mesmo quando falha na dieta, terá menor probabilidade de te dar um ataque de compulsão para se sentir melhor”, explica Kristin Neff, no livro Self Compassion.
 
– Procure consolo com amigos acolhedores; não tenha medo de compartilhar suas experiências e necessidades, todos somos imperfeitos. “Pesquisas indicam que os perfeccionistas correm mais riscos de sofrer transtornos alimentares, ansiedade, depressão e muitos outros problemas psicológicos. A imperfeição possibilita crescimento e aprendizagem. O fracasso é frustrante, mas temporário. E traz sabedoria. Quando reconhecemos a rede de causas e de condições nas quais participamos, podemos ser menos autocríticos e menos críticos com os demais” , do livro Self Compassion, Kristin Neff. Além disso, ao compartilharmos experiências, vemos que não somos um só, que outras pessoas também podem passar por situações semelhantes ou diversas, mas que geram também a dor e outras emoções negativas.
 
– Ofereça paz e consolo a si mesmo; observe-se – como se sentem seu corpo e sua mente ao recebê-los? Como ficam seu coração e sua respiração?
 
– Acolha seus sentimentos (positivos e negativos) – “Quando experimentamos sentimentos carinhosos e ternos/dóceis para nós mesmos, não somente mudamos nossa mente, mas também nosso corpo. Em vez de nos sentirmos preocupados e ansiosos, nos sentimos tranquilos, satisfeitos, confiantes e seguros”, diz Kristin Neff, no livro Self Compassion.
 
– Observe as suas experiências estressantes e o seu jeito da lidar com elas – “Se uma pessoa se flagra comendo sem conseguir identificar por que teve aquele desejo de comer de repente, é provável que esteja tentando lidar com o estresse”, alerta Deepak Chopra, no livro você tem fome de quê?
 
– Pratique um diálogo com você mesmo – “A situação é muito difícil. Como posso me cuidar neste momento? ” Dessa maneira, você apazigua sua mente e se presenteia com paz, calor, amabilidade e empatia.
Essas práticas de autocuidado te ajudarão a escrever uma nova história. E, com ela, um desejo interior de estar saudável e feliz. Posso arriscar dizer também que talvez esse processo desperte em você uma vontade de fazer uma revisão dos seus propósitos de vida (o que eu vim fazer no mundo?). Isso se chama conexão. Você despertará e se conectará a algo maior. Que tal tentar? Depois você me conta.
 
Texto com base nos livros – Você tem fome de quê? (Deepak Chopra) e Self Compassion (Kristin Neff).
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