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No artigo de hoje, convido você a uma reflexão. Quando é convidado a um encontro, em que cada um tem de levar um prato, o que você faz: leva o que gosta, ou algo para agradar à maioria?

Se comer é uma ação realizada pelo indivíduo, em seu interesse mais pessoal, comer acompanhado o torna parte de um grupo, e o ato de comer adquire status de veículo para relacionamentos sociais.

Companhia é palavra que tem origem no latim ‘companion’, alguém com quem partilhamos o pão. Nas palavras da Nutricionista e Doutora em Ciências Sueli Aparecida Moreira:

“Partir o pão e partilhá-lo com amigos significa a própria amizade, e também confiança, prazer e gratidão pela partilha”.

A comensalidade envolve mais do que o apenas o padrão alimentar ou o que se come, mas, especialmente, o ato de comer propriamente dito, como se desenvolve e o que representa para o indivíduo.

Vista desta forma, ela deixa de ser considerada consequência de fenômenos biológicos ou ecológicos, e se torna um dos fatores estruturantes da organização social. A alimentação revela a estrutura da vida cotidiana, do seu núcleo mais íntimo e mais compartilhado. E a sociabilidade se manifesta sempre na comida compartilhada.

Voltando à reflexão que propus, é importante registrar que nem sempre é fácil optar ou, mesmo, precisar de algum tipo específico de alimentação. O desafio de destoar da maioria, de fazer uma escolha individual, por vezes faz com que nos afastemos, que entendamos não pertencer àquele grupo. É como se houvesse uma tribo formada, que partilhasse os mesmos gostos.

Muitas vezes, você chegará e não verá no cardápio ou no encontro opção alternativa à alimentação de sua preferência.

O que fazer nesta situação?

Não se deve perder de vista que a comida tem muito afeto, cuidado, envolvido. Será que consigo ver o prato que me desagrada desta forma, e fazer uma concessão? Nós só conseguimos mudar o mundo externo se realmente mudamos nosso mundo interno. Às vezes, o movimento começa de fora, às vezes de dentro.

Quando saímos de nossa casa, a lei que impera é a do coletivo, e ele precisa ser escutado. Quem sabe, possamos usar a comida e o comer junto como uma forma de interagir com o outro, como a perguntar: “Quais são os seus prazeres? Suas lutas? Do que você se nutre?”

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