Hoje, no dia mundial da obesidade eu te convido para que você possa se permitir abrir esse espaço dentro de você.
Vamos nos inspirar com a carta e o vídeo retirados do site da natura?
“Querida garota do maiô verde,
Sou a mulher da toalha ao lado. A que veio com um menino e uma menina.
Antes de mais nada, quero te dizer que estou me divertindo muito perto de você e de seus amigos, neste pedacinho de tempo em que nossos espaços se tocam e suas risadas, sua conversa ‘transcendental’ e a música de sua turma me invadem o ar. Fiquei meio atordoada ao perceber que não sei em que momento de minha vida deixei de estar aí para estar aqui: deixei de ser a menina para ser “a senhora do lado”, deixei de ser a que vai com os amigos para ser a que vai com as crianças. Mas não te escrevo por nada disso. Escrevo porque gostaria de te dizer que prestei atenção em você. Não pude evitar. Vi que você foi a última a ficar só em traje de banho.
Vi você ficar atrás de todo o grupo, discretamente, e tirar a camiseta quando acreditava que ninguém estava olhando. Mas eu estava. Não estava olhando para você, mas te vi.
Vi você se sentar na toalha em uma postura cuidadosa, tapando o ventre com os braços.
Vi você colocar o cabelo atrás da orelha inclinando a cabeça para alcançá-la, talvez para não tirar os braços de sua estudadíssima posição casual.
Vi você agoniada por não conseguir tapar tudo ao mesmo tempo enquanto ia se afastando do grupo tão discretamente como tinha feito antes para tirar a camiseta. Não sei se tinha algo a ver, em sua insatisfação consigo mesma, o fato de a amiga por quem você esperava soltar a longuíssima cabeleira. E enquanto isso você ali, olhando para o chão. Procurando um esconderijo em si mesma, de si mesma.
E eu gostaria de poder te dizer tantas coisas, querida garota do maiô verde… Talvez porque eu, antes de ser a mulher que vem com as crianças, já estive aí, na sua toalha.
Eu gostaria de poder te dizer que, na verdade, estive na sua toalha e na de sua amiga. Fui você e fui ela. E agora não sou nenhuma das duas – ou talvez ainda seja ambas – assim, se pudesse voltar atrás, escolheria simplesmente curtir a vida em vez de me preocupar – ou me vangloriar – por coisas como em qual das duas toalhas, a dela ou a sua, prefiro estar.
Eu gostaria de poder te dizer que você tem um sorriso lindo e que é uma pena estar tão ocupada em se esconder que não te sobre tempo para sorrir mais vezes.
Eu gostaria de poder te dizer que esse corpo do qual você parece se envergonhar é belo simplesmente por estar vivo. Por ser invólucro e transporte de quem você realmente é e poder te acompanhar em tudo que você faz. Eu adoraria te dizer que gostaria que você se visse com os olhos de uma mulher de trinta e tantos porque talvez então percebesse o muito que merece ser amada, inclusive por você mesma.
Eu gostaria de poder te dizer – e acredite, mas acredite mesmo – que você é perfeita(o) do jeito que é: sublime em sua imperfeição. O que posso te dizer eu, que sou só a mulher do lado? Mas – sabe de uma coisa? – estou aqui com minha filha. É aquela do maiô rosa, a que está brincando no rio e se sujando de areia. Sua única preocupação hoje foi se a água estava muito fria.
Não posso te dizer nada, querida garota do maiô verde… Mas vou dizer tudo, TUDO, a ela. E direi tudo, TUDO, ao meu filho também. Porque é assim que todos merecemos ser amados.
E é assim que todos deveríamos amar.”
Abra espaço para ser, apenas você. Você já é lindo(a)
Eu desejo que você, Possa estar livre deste sofrimento,
Que fique bem, Que sejas feliz, Que tenha força, Que tenha calma Que experimente alegria.
Com carinho,
Mika