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Há muito mais coisas entre uma alimentação à base de vegetais e outros tipos de dieta do que sonha nossa vã filosofia… A brincadeira com o trecho clássico de Hamlet serve para mostrar como o chamado modelo “plant-based”, que surgiu a partir de uma preocupação com a saúde e a origem dos alimentos, pode apresentar diversos desdobramentos.
Popular nos últimos anos, desde a constatação dos benefícios que traz para a saúde, da perda ou controle de peso à redução do risco de doenças cardíacas, a alimentação rica em vegetais pode, ou não, prescindir de fontes de proteína animal, segundo estes desdobramentos.

O Veganismo, por exemplo, é a forma mais pura da dieta plant-based: não há ingestão de carne ou qualquer outro produto de origem animal, como leite, ovos ou mel. Mais do que um tipo de alimentação, pressupõe um estilo de vida, já que, em “estado bruto”, o veganista não adquire produtos ou materiais derivados de animais, como couro ou lã, artigos testados em animais, e sequer frequenta espaços em que estes sejam usados como entretenimento – zoológicos ou os antigos circos.
Frutas e vegetais em abundância, grãos inteiros, alternativas aos laticínios, como a soja, suprem a demanda por cálcio e proteína. Mas, como qualquer outra dieta supressora, a vegana pode demandar o consumo de suplementos nutricionais, como o ferro, a vitamina B12, o cálcio e ácidos graxos ômega 3.

Sua “prima” mais próxima é a dieta Vegetariana, ou Lacto-Ovo vegetariana. Diferentemente do Veganismo, aqui se pode ingerir ovos e laticínios, mas persiste a restrição a carnes e frutos do mar. Foi, talvez, a primeira dieta alternativa às tradicionais que vimos chegar ao Brasil, por volta dos anos 1980. Assim como no Veganismo, suplementos de vitaminas e minerais podem suprir a carência de certos nutrientes.

Combos

Igualmente calcada no consumo de vegetais, a dieta Pescatariana ou Pescetariana adiciona a eles os peixes e frutos do mar.
Cabe, aqui, um alerta: alguns tipos de peixes maiores (mais altos na cadeia alimentar do oceano) podem conter alto teor de mercúrio, o que leva, por exemplo, o FDA – agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos – a recomendar que sejam evitados.

Por fim, e como não deixaria de ser, em um mundo que busca contemplar todos os tipos de demandas, surgiu a dieta Flexitariana. Como o nome diz, ela visa a agradar aos gregos que gostam de alimentações plant-based, e aos troianos, que não abrem mão de uma carne ou outro produto de origem animal.
Verduras, frutas, legumes, grãos e fontes vegetais de proteína lado a lado com carne vermelha, peixe ou laticínios. Esta opção menos rígida pode tornar as coisas mais fáceis quando tiver de comer fora de casa, ou não estiver disposto a eliminar determinado prato preferido.

Independentemente da dieta ou forma de alimentação que escolha, defendo que o foco esteja antes naquilo que é nela “incluído”, e, não, naquilo que se “exclui” dela. Será esta variedade de alimentos e de qualidade de nutrientes a grande aliada na prevenção de doenças e em uma perda de peso sustentável.

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