A síndrome pré-menstrual ocorre em 30-40% das mulheres em idade reprodutiva. Devido às alterações hormonais e às anormalidades neurotransmissoras, ficamos com uma sensibilidade aumentada nesta época. O início do sintoma pode ocorrer até duas semanas antes da menstruação e se resolve logo após o início do período menstrual.
Os sintomas físicos geralmente incluem inchaço abdominal, sensibilidade mamária, dor de cabeça e dores generalizadas. Entretanto, os sintomas mais debilitantes e graves são emocionais e comportamentais e incluem irritabilidade, depressão, labilidade do humor, ansiedade, sentimentos de “perda de controle”, dificuldade de concentração e fadiga. Essa mudança de comportamento reflete na alimentação, todas nós sabemos disso, né? Saímos em busca do triptofano, um aminoácido que dá um gás na serotonina. E onde encontramos isso? No choolateeeeeeee!!!! Frequentemente são utilizados então alguns antidepressivos serotoninérgicos e anticoncepcionais orais combinados para diminuírem esses sintomas. Mas será que não podemos fazer um pouco mais?
Em nossa cultura, temos pouco ou nenhum contato com habilidades que visam nos conectar com nossa vida sentimental. E somos frequentemente rotuladas como instáveis. Quem nunca ouviu – ah, então você está de TPM?!? Agora entendo o porquê das suas reações exageradas e desnecessárias! Você já se julgou ou já se sentiu julgada pelos outros como a D-E-S-C-O-N-T-R-O-L-A-D-A? Esses fatores nos atrapalham e, dessa forma, temos mais dificuldade em lidar com nossas alterações hormonais naturalmente presente. Mas nós temos uma natureza cíclica hormonal linda, basta tentarmos nos conhecer um pouco mais e observaremos o quão gostoso é ser mulher. Uma das dicas para começarmos esse processo e evitarmos a perda de controle frequente, principalmente na alimentação, é identificarmos, quando possível, qual necessidade não está sendo atendida no momento. Eu acredito que, dessa forma, conseguiríamos diminuir nossos ataques de nervos.
Para tornarmos isso mais prático, eu te convido para um exercício. Tente lembrar de um dia que você estava de TPM e atacou um doce ou uma comida. Será que, naquele momento, você não tinha alguma necessidade que não havia sido satisfeita? Quando temos necessidades não satisfeitas, experimentamos sentimentos desagradáveis ou dolorosos. E esse ciclo é destrutivo e frequentemente nos leva à fome emocional. Com o olhar de hoje, talvez você consiga reconhecer que, naquele dia, precisava de um descanso, de apoio, de cuidado, de proteção, de segurança material ou afetiva, de compreensão, de independência, de liberdade de escolha. Aí você se sentiu agitada, triste, melancólica, sozinha, frustrada, com raiva. Não se dando conta disso, você precisou comer aquele brigadeiro, ou aqueles brigadeiros. E não resistiu, raspou a melhor parte – o fundo da panela.
A minha sugestão é que você tente identificar nessas horas o que está sentindo e qual a necessidade não está sendo atendida neste momento. Dessa forma, você abrirá espaço para novas decisões. No próximo post, falarei sobre o que você pode fazer ao reconhecer os fatores que desencadeiam a fome emocional e os impulsos na TPM. E também abordarei outro cenário que é frequente e muito comum para nós, mulheres – e quando não conseguimos identificar e/ou acolher nossas emoções? O que devemos fazer?